quarta-feira, 31 de outubro de 2012

História de Portugal (em modo extremamente irritante)


Quando o grito gutural de "CARREGUEM À CARGA" soou sonoro de entre o entusiástico bravo batalhão da horrível horda de bárbaros barbudos apoiantes acólitos do pretenso pretendente à entronização no trono de Rei responsável pelo pequeno Portucale, ainda a molenga montada da donzela defensora da coroa do conde inteligentemente instituída pelo astuto Afonso VI se encontrava no estábulo, consolada a comer feno fofo, candidamente colocado na grande gamela que o destino lhe destinara. Um assobio assustou o cavalo castanho que rapidamente rodopiou e em cadente corrida se aproximou arrogante da danada dona, encontrando-a estática aguardado amargurada que uma sorridente serva lhe abotoasse os botões do corpete que castrava os seus monstruosos mamilos, onde nítidas nódoas denunciavam sem dúvidas que o triste Trava ali se refastelara recentemente com dedos e dentes, língua e lábios, nariz e nalgas.

Após temerário trote, a herdeira de Henrique ao campo cravado de sangue, suor e dantesca dor chorosa chegou, descobrindo desanimada que a brutal batalha tragicamente travada teria terminado, tornando-a temporariamente na prisioneira preferida do genial general cujo extenuado exército a calamitosa campanha gloriosamente ganhou. Para a pouco formosa filha ilegítima de Ildefonssis, seu devoto descendente uma masmorra de mosteiro requintadamente reservou, não olvidando obviamente o pormenor pirracento de garantir gostosamente que a sua mamalhuda mãe não mais sentisse o sabor de verga na vagina, trancando-lhe terminantemente a perversa púbis com fortes ferros e cadeados de castidade, bem como cortando-lhe competentemente os dez dedos das masturbadoras mãos para que cânticos de climax nunca naquela masmorra se murmurassem.

Finalmente feliz, o cavaleiro se coroou e a imediata independência de Portugal proclamou para azia de Afonso VII, a quem o Fundador filho de Henrique enrabou. Com o ânus a arder o ranhoso rei castelhano comunicou ao poder papal a sua ignóbil insatisfação. Do Vaticano vieram duas frívolas freiras com coerentes conselhos para o asno Afonso: re-lê e respeita a bela bula por Alexandre III assinada que reconhece o Rei do povo português Afonso Ibn-Arrik; segura o sabonete nessas mãos malvadas quando quiseres no balneário te banhar pois se do chão de xisto nunca necessitares de algo apanhar, menos medo tens que ter de uma erecta espada no teu comichoso cu espectacularmente se enfiar. As memoráveis mensagens Afonso I adorou e as freiras fornicou, após o que lascivamente se lançou em campanha de conquista do sul sarraceno, expulsando estrondosamente os machos marroquinos, enquanto escarafunchava provocadoras passarinhas de mulheres mouriscas, alçapremando-se habilmente do cognomino de O Conquistador. 

Andar de Avião e isso


Andar de avião é giro. 

Desde hospedeiras de bordo que têm fama de ser muito giras mas não passam todas de gigantes de 1,80m que só são escolhidas daquele tamanho para não considerarmos a hipótese de engate aéreo, porque se fossem realmente boas já viram o perigo? Era o piloto a martelar na hospedeira enquanto da torre de controlo diziam para descer 100 pés para evitar um acidente! No entanto podia ser bom, olhem os piratas do ar...em vez de querer 40 virgens no céu, queriam aquela sagitário ali mesmo e a coisa ficava resolvida! Serviam de isco. 

Os comissários de bordo já podem ser giros porque são sempre umas bestas. Deve ser da pressão na cabine ou qualquer outra coisa mas a verdade é que parece que lhes ligam o modo atrasado mental quando são escolhidos para aquela função. Dão-lhes formação para servirem comida e bebida? Mas qual é a diferença em relação a um empregado de mesa num café? O facto de o local de consumo estar-se a deslocar pelo ar? 

O problema é que assim perdemos toda a piada do mundo da restauração. 
As piadas como "um copo de água? não temos, só de vidro..." ou ainda aquelas fintas que nos adoram fazer, ainda ontem me aconteceu uma: Pedi uma Coca-Cola e o empregado disse que só tinha Snappy-Cola, eu mudei para Sumol e ele disse-me que só tinha Frissumo, sem grande vontade lá pedi uma 7up e ele só tinha Snappy... Por fim pedi um Lipton Iced Tea e recebi um Nestea... Bebi e calei a boca.

De volta ao avião ainda temos a sinalização: "ora aquela porta é a de emergência? Ok, a ver se não me esqueço de saltar por ali quando o avião estiver a cair a pique a uns 500km/h e com tudo aos gritos e em chamas, é aquela porta não é? Ok, a ver se não falho a saída..."


PS: Queria que os meus amigos comissários e as minhas amigas hospedeiras (especialmente estas) não se identifiquem com tamanha idiotice e generalização (perdoem-me o Pleonasmo). No fundo são TODOS lindos... Isto é ciúmes! 
PPS: Oh Vitto, pára de olhar meu! 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Um Arreganhar de Beiças

No monte temos internet, porque o presidente da junta instalou-a para promoção pessoal. Graças a essa mesma internet, autênticas bruxarias nos chegam, da imprensa citadina.


Não se tratando de falsas capas, aqui vemos um arreganhar de beiças no valor de 1.500 milhões, parcialmente construído com a ajuda dos camponeses e do presidente da junta, que se diverte a salvar bancos, escarrapachado na capa dos quatro principais jornais lá de baixo. 
- Não é nada comigo, mas se eu não morasse no monte, esta merda não ficava assim. 
Ou então: 
- Esta merda é comigo, mas eu moro no monte, por isso isto fica assim.

Sandy...

Sim, já é comum dar-se nomes de mulheres da margem-sul Americana (normalmente com uma tramp-stamp) aos Furacões. Todos já falámos disso e há quem inclusivamente justifique o porquê dos nomes, sem qualquer interesse obviamente...

Uma coisa é certa... no final do dia é uma multidão a fugir do "Sandy" e isso não é digno para ninguém.
Eu percebo perfeitamente quem fica em casa numa de enfrentar o furacão, é que um dia mais tarde esses vão poder gozar com os outros "ahahaah... grande nelo...fugiste do "Sandy"" que pode também ser um traveca.

Ora, mas pior é quem morre pelas mãos do "Sandy"... 
Estou a imaginar os filhos e netos dos mortos nunca serem capazes de explicar a morte do familiar "epa... morreu de complicações" que é uma morte muito comum nas estrelas da Música e de Hollywood, sendo que normalmente todos morrem em hotéis.
Por isso é que até deixei de ir a hotéis, aquelas banheiras aparentemente inofensivas matam imensa gente...

Posto isto, consegui num post falar de:

- Gajas da margem-sul Americana
- Nomes "Trash"
- Tramp-Stamp
- Furacões
- Mortes
- Famosos
- Offspring
- Hotéis

Ainda dizem que aqui no monte não se vê nada...


PS: Ao meter "Sandy" no Google apareceram-me as seguintes imagens:


























Em ambos os casos podemos realmente confirmar que, por razões diferentes, são "Sandys" capazes de rebentar com tudo o que lhes aparece à frente...

Lá fora a chuva cai


Através do breu nocturno e chuvoso da raia beirã avança o grupo em lenta fila indiana, mais característica de uma romaria de elefantes a um santuário dedicado ao Deus Ghanesha na Índia do que de duas voltas ovais com safety car nas 500 milhas de Indianápolis. Os caixotes de cartão canelado que carregam entre as unhas amarelecidas pelo fumo fugitivo das palhas de barbas de milho, atafulhados de calças de sarja cinzentas, quantidades ridículas de ceroulas de perna completa em malha creme e odorosos queijos de cabra de fabrico alcainense, denunciam o destino dos viajantes como sendo um bidonville de chapa de zinco e fibro cimento encharcado de amianto cancerígeno, paredes meias com os centenários calhaus cravados a verdete, musgo e dejectos columbófilos, empilhados em formato residencial e decorativo nos Champs Elysées.

No coração da fila, Maria Antónia segue cabisbaixo absorta e pensativa, arte à qual não se havia dedicado fazia muito tempo, avaliando as probabilidade de sucesso da justificação treinada com o passador caso o comboio ambulante fosse surpreendido por membros da Guarda Fiscal. Acima de tudo fazia-lhe confusão que num dia de cataclismico dilúvio de pluviosidade, alguém pudesse acreditar que o catatónico cortejo pertencia ao GANG - Grupo de Amantes de Nostradamus e Galileu e que se encontravam em pleno workshop de observação de estrelas, Não era apenas a nebulosidade que lhe provocava agudos espasmos de pessimismo, mas especialmente o par de olhos vitreos de um dos seus colegas de maratona e o tubo em PVC azul-cinza-esverdeado que seria identificado como telescópio pernate o agente de autoridade fronteiriça.

É então que do silêncio ecoa um troar barítono, com um ligeiro sibilar beirão, num berro quase afónico que assusta um casal de cegonhas e dois lagartos, indivíduos sem personalidade que seguem no grupo e cujo gosto futebolístico e desportivo deixa muito a desejar. Um sonoro e grave "XTOOOP" criva os tímpanos dos presentes como se de lascas de ferro fundente catapultado nas suas direcções se tratassem. Na vanguarda do grupo Pedro Paulo Patrício de Péricles Percival, o passador abranda o passo, estreita o olhar e tuge "Pê... ora nomes próprios começados por Pê... ehr.....dificil.... passo... árvores começadas por Pê... hummm...palitos...".  Leves segundos para digestão da resposta terminam com uma trovoada de aplausos e palavras de aprovação a ribombar pela colina ibérica abaixo.

À frente dos peregrinos especa-se um homem pequeno, como o granito e moreno, portanto beirão. Apontando um garfo de dois dentes ao líder do grupo, interroga-o "mazz o que é que ozz xenhorezz andem a fajer por daqui a ejtazz horazz?". A explicação treinada sai mecânica e lubrificada. O treino compensou e aquele walkmen comprado na Feira de Carcavelos para ouvir em loop a frase feita começou a valer o seu preço em ouro. A graciosidade do pequeno carabineiro como que parece que ilumina o local. É sentimento passageiro, na verdade foi ele que acendeu o petromax. "Ah bom, também eu ando à cata daz eztrelazz. Xó não axendi fogueira porque andam por aí unzz filhozz de xenhorazz cuja profixão é cometer pecado repetidamente com outrozz individuozz que não o seu cabexa de cajal, a tentar fugir do paízz... é prexizzo ter cuidado com exa gente... mazz xentem-se, xentem-se... os marshmellowzz estão na minha mochila, xirvam-xe à vontade..."

domingo, 28 de outubro de 2012

2 Pesos e 2 Medidas

Ora, um gajo teve a ideia de fotografar "Champagne Facials" em miúdas na noite. Não passa de uma fotografia de uma miúda a levar com um jacto de Champagne na tromba.
O seu Tumblr é famoso mas o gajo passa por ordinário, dizem que é uma clara "homenagem" a uma actividade mais... digamos... boémia... 

Um exemplo:

















Então mas espera lá! É javardice porquê? Porque está lá uma mulher?
Quem mais critica são obviamente as mulheres mas elas não sonham que essa opinião não podia ser mais machista...

"Machista B.??? Como assim? Estão a usar as mulheres para parecer algo mais... digamos... boémio e dizes que é machista pensar isso??? Porquê???"

Eu respondo com uma imagem de algo que ninguém acha ordinário, isto porque sempre me disseram que uma imagem vale mais que 1.000 coisas daquelas que dizemos da boca para fora (e não é champagne...):


EUROPA - QUE CAMINHO?


O presidente da junta da Europa prometeu alcatroar o caminho que passa ao redor do Monte, mas ainda não cumpriu. Eu pergunto ao Sr. Presidente da Junta se não tem mãe em casa? É que já no ano passado disse que ia limpar a fonte da Praça e ainda lá continua cheia de murcões. 
Mas, melhor ainda, foi quando mandou instalar internet em casa de todos os habitantes do Monte, mas só porque criou uma página no facebook e não tinha fãs. Agora vive-se pavoneando pelas ruas da cidade, de portátil em punho, a mostrar a todos os 32 likes que a sua página já tem. Estou farto deste presidente da junta, e quero que ele venha ao Monte para lhe dizermos umas verdades.

A cidade tem muralha, não consegue ver além
Aqui no monte vejo as guerras, que os citadinos não vêem.
A cidade vai subir, no dia da fornicação anual
Mas no monte ninguém nos fode. Ponto final.

Colpo di Stato

Fabrizio "Piccolo Bombardieri" Miccoli (desfolhando o jornal) - Don... mataram o John Scalise.
Emmanuele "Ill Padrino" Pesaresi (enquanto pinta as unhas do pé direito com a tricolor italiana) - Hum? Quem? Era Italiano?
Fabrizio "Piccolo Bombardieri" Miccoli (respeitosamente com ar de enfado) - Era um mafioso... sim, italiano.
Emmanuele "Ill Padrino" Pesaresi (enquanto pinta as unhas do pé direito com a tricolor italiana) - Quem o limpou?
Fabrizio "Piccolo Bombardieri" Miccoli (consultando a noticia escrita) - Ui...foi o Alphonse Capone.
Emmanuele "Ill Padrino" Pesaresi (enquanto pinta as unhas do pé direito com a tricolor italiana) - Hum? Quem? É Italiano?
Fabrizio "Piccolo Bombardieri" Miccoli (respeitosamente revirando os olhos) - É um mafioso... sim, italiano.
Emmanuele "Ill Padrino" Pesaresi (enquanto pinta as unhas do pé direito com a tricolor italiana) -...

Fabrizio "Piccolo Bombardieri" Miccoli (desfolhando novamente o jornal) - Don... olhe... mataram também o Giuseppe Masseria.
Emmanuele "Ill Padrino" Pesaresi (enquanto pinta as unhas do pé esquerdo com a bicolor siciliana) - Hum? Quem? Era Italiano?
Fabrizio "Piccolo Bombardieri" Miccoli (respeitosamente levando as mãos à cabeça) - Era um mafioso... sim, italiano.
Emmanuele "Ill Padrino" Pesaresi (enquanto pinta as unhas do pé esquerdo com a bicolor siciliana) - Quem o limpou?
Fabrizio "Piccolo Bombardieri" Miccoli (consultando a noticia escrita) - Ui...foi o Lucky Luciano.
Emmanuele "Ill Padrino" Pesaresi (enquanto pinta as unhas do pé esquerdo com a bicolor siciliana) - Hum? Quem? É Italiano?
Fabrizio "Piccolo Bombardieri" Miccoli (respeitosamente blasfemando) - É um mafioso... sim, italiano.
Emmanuele "Ill Padrino" Pesaresi (enquanto pinta as unhas do pé esquerdo com a bicolor siciliana) -...


Fabrizio "Piccolo Bombardieri" Miccoli (desfolhando avidamente o jornal) - Don... olhe... mataram outro... desta vez foi o Joe Gallo.
Emmanuele "Ill Padrino" Pesaresi (enquanto pinta as unhas da mão direita com o azul marinho napolitano) - Hum? Quem? Era Italiano?
Fabrizio "Piccolo Bombardieri" Miccoli (respeitosamente murmurando um palavrão) - Era um mafioso... sim, italiano.
Emmanuele "Ill Padrino" Pesaresi (enquanto pinta as unhas da mão direita com o azul marinho napolitano) - Quem o limpou?
Fabrizio "Piccolo Bombardieri" Miccoli (consultando a noticia escrita) - Ui...foi o Joseph Luparelli.
Emmanuele "Ill Padrino" Pesaresi (enquanto pinta as unhas da mão direita com o azul marinho napolitano) - Hum? Quem? É Italiano?
Fabrizio "Piccolo Bombardieri" Miccoli (respeitosamente olhando de esguelha) - É um mafioso... sim, italiano.
Emmanuele "Ill Padrino" Pesaresi (enquanto pinta as unhas da mão direita com o azul marinho napolitano) -...

Fabrizio "Piccolo Bombardieri" Miccoli (desfolhando avidamente o jornal) - Don... mataram a dona da mercearia da Fifthy Six Street durante um assalto.
Emmanuele "Ill Padrino" Pesaresi (enquanto pinta as unhas da mão esquerda com o brasão de Castellammare del Golfo) - Quem a limpou?
Fabrizio "Piccolo Bombardieri" Miccoli (consultando a noticia escrita) - Um americano qualquer.
Emmanuele "Ill Padrino" Pesaresi (enquanto pinta as unhas da mão esquerda com o brasão de Castellammare del Golfo) - Ahhhh questi americani... yo non los capisco... sempre a matar-se a tutti... que raça de giesti é questa... dio mio me ayu....
BUM...BUM...BUM...
Fabrizio "Il Padrino" Miccoli (empunhando um revólver) - QUEM É O PADRINHO AGORA MEU CABRÃO? AH NÃO DIZES NADA FILHO DA PUTA? O CHUMBO NO CÓRTEX CENTRAL NÃO TE DEIXA PENSAR IDIOTA? Giovanni... Fausto... tratem do corpo.

sábado, 27 de outubro de 2012

Sim, Obrigado!


A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas continua a defender o "Não, Obrigado" (escusam de agradecer) quando se fala da interrupção voluntária da gravidez. 

Depois de na altura do referendo terem vários cartazes extremamente sensíveis que diziam "Abortar por opção, sabendo que já bate um coração?" que mais parecia um refrão de uma música da Dina, passando por momentos de clara dislexia como "O dinheiro dos meus impostos para pagar clínicas de aborto?", mas quem é que ainda paga impostos? Por amor do vosso Deus...

Ainda nos cartazes, um núcleo mais conservador desta tão sensível associação devia criar um cartaz simples e claro, o "Não à punheta!". 
Podendo parecer descabido não o é, isto porque mantém a vontade de ter muitos filhos evitando o desperdício... 

Os membros desta doce associação normalmente são de famílias com nomes pomposos e é um crime um homem dessas famílias mastrubar-se e desperdiçar Espíritos Santos ou Sotto Mayores! Não é como atirar para o ralo alguns Pachecos ou Silvas...

"Não à punheta!" (Sim, Obrigado)

A Relatividade da Velocidade

O pequeno caixote plástico com quatro rodas que havia visto a luz do dia pela primeira vez em Zwickau seguia no seu lento pináculo de aceleração pelas ruas de Titograd, transportando no seu minúsculo e desconfortável interior Hans Jürgen e Hans Jörg, agentes especiais da STASI e o pé-de-cabra utilizando para franquear a entrada no armazém onde estavam guardados os cartazes propagandistas do líder Tito, a fim de enfeitar os mesmos na zona supra labial do Marechal  com garbosos bigodes stalinescos. Mais do que pelos seus dotes gráficos que estavam muito perto da mediocridade, ambos haviam sido seleccionados para esta operação por serem os únicos nos quadros da polícia politica comunista capacitados a permanecerem dentro da viatura sentados no banco da frente sem dobrar joelhos nem pescoço por terem apenas 1,65m de altura.

No seu encalce e camuflado pela espessa nuvem de óleo vaporizado expelido pela viatura alemã seguiam os jugoslavos Ivan Dudic e Zvonko Zivkovic ao volante de um pouco fiável bi-liugar  de fabrico nacional, cor ferrugem, por a ter em abundância, gritando hossanas aos teutónicos e clamando por uma foto, um autógrafo e se o clima surgisse, um capuccino no cume do Gorica, com vista para a cidade. Ao abrandar no cruzamento da Bulevar Svetog Petra Cetinsjkog com a Bulevar Stanka Dragojevica o inesperado tornou-se ocorrência, quando um canideo bi-color croata originário da Dálmacia e que seguia há longos quilómetros a ladrar atrás da lenta caravana solicitando ultrapassagem, provavelmente grogue pela constante ingestão de monóxido de carbono, chocou com a traseira do automóvel com matricula de Belgrado.

O porte avultado do animal causou a criação de um amplo espaço de armazenamento de mercadoria no automóvel ao encaixar na perfeição a bagageira e o porta luvas do mesmo, provocando a imediata imobilização dos balcânicos, deixando os clandestinos visitantes arianos escapar em fuga até à Alemanha Oriental natal. Enquanto esperavam pela assistência em viagem e perante o gélido ambiente exterior,  com sucessivas rajadas de vento do quadrante norte, Ivan e Zvonko regressaram aos estofos coçados do outrora fiel carro, e inserindo uma cassete no leitor deixaram ecoar pela avenida os acordes do Hino Nacional Soviético. Uma vez mais o Trabant tinha derrotado o Yugo na batalha dos piores carros do mundo socialista. Estava na altura de Josip Broz Tito abandonar o não alinhamento, fazer as pazes com a nação bolchevique e começar a importar Ladas.

Se eu morasse num monte

Se eu morasse num monte, não pisava no asfalto
Usava casaco de bisonte, e gritava lá do alto:
MALAQUIAS, MALAQUIAS
ONDE É QUE TU IAS?
SE POR ACASO MORRERES NA GUERRA
POSSO COMER AS TUAS FILHAS?

Se eu morasse num monte, cumpriria a castidade
E o Malaquias gritaria, lá bem do centro da cidade
GAROTO, GAROTO
PODES, MAS COM RESPEITO
QUE A MINHA MAIS VELHA É ZAROLHA
E À MAIS NOVA FALTA-LHE UM PEITO!

Se eu morasse num monte, de noite andava à caça
De manhã plantava couves e à tarde brincava ao escorraça.

ESCORRAÇA, ESCORRAÇA.